A minha reacção!


Obrigada a todos pelos comentários ao post anterior... gostei imenso de ler aquilo que fariam se estivessem no meu lugar!

Ora, para melhor compreenderem o que se passou, vou ter de vos explicar melhor as circunstâncias que rodearam o acontecimento...
Eu dou aulas de Inglês ao 1ºciclo como principal actividade. No entanto, também dou umas horinhas numa pequena escola de línguas, coisa que adoro fazer pois aproxima-me das minhas preferências de ensino. Ora, nessa escola funcionam também duas salas de apoio ao estudo, nas quais "dou uma perninha" quando a patroa está mais aflita.

Foi exactamente enquanto dava essa perninha que tudo aconteceu.
O aluno em questão vem com um comboio de relatórios médicos atrás: hiperactividade, distúrbios de atenção, dificuldade em controlar os sentimentos... Enfim, uma data de diagnósticos da moda que fazem deste jovem uma pessoa de muito difícil trato e convívio.
Para terem uma pequena ideia do que se passa naquela escola quando o miúdo está presente, digo-vos que nenhum, NENHUM colega o tolera... porque ele goza, espicaça tudo e todos de tal maneira que ninguém consegue manter a calma. Resultado - as cenas de pancadaria e zaragata eram uma constante. Tive de ajudar muitas vezes a minha patroa a separá-los... E muitos alunos que lá faziam os TPC sairam da escola por não haver condições para trabalhar... Disse tantas vezes à minha patroa para o mandar de lá embora... o que os pais dele pagavam não podia compensar os alunos que se perderam, as crises de choro da minha patroa por não saber o que fazer com o miúdo, os objectos que ele foi partindo e destruindo ao longo do tempo...

Na 4ªfeira, quando acabei as minhas aulas, ouvi grande gritaria na sala ao lado e pensei "Pronto!!! Já há confusão com o xxx!" Corri para lá e, mais uma vez, ajudei a separar uma briga. A minha patroa levou o yyy para fora da sala e eu fiquei com a besta agarrada dentro da sala.

E começou.

XXX: Larga-me!!! Tu não mandas em mim!!! E vou lá e parto-lhe a boca toda!!! Anda cá que eu fodo-te cabrão!!!!
Eu: Calma xxx!!! Pára!!! Não me empurres, senta-te aqui e acalma-te!
XXX: Vai pró caralho!!!


A reacção???
VALENTE E FORTE ESTALO NA CARA.

O puto parou logo de berrar.
Em 5 segundos eu pensei - "Pronto. Destruí tudo, aqui e agora. Tou lixada."
Mas não me descosi.
Passada a surpresa, o xxx começou a berrar pela mãe.

XXX: Eu quero a minha mãe!!!!! Você não me pode bater!!! Tou farto disto tudo!!!
Eu: Patroa, ligue à mãe do xxx.
XXX: NÃAAOOOO!!!
Eu: Sim. Não querias a tua mãe? Então aí vem ela, para que saiba as coisas bonitas que tu sabes dizer...

Escusado será dizer que tinha o estômago às voltas pelo nojo de ter sido cuspida de perdigotos daquele anormal e as pernas e mãos trémulas do medo que sentia... Mas não podia vergar.

A mãe chegou, acompanhada pelo pai e os irmãos do menino. Comecei por pedir desculpa por ter descido ao baixo nível do filho deles... mas que não podia admitir que ninguém, NINGUÉM me mandasse para aquele sítio. E que tinha feito com ele o que faria com qualquer outro que ousasse a mesma façanha. Nunca ninguém ousou. Só aquele menino.

O xxx berrava a plenos pulmões que era mentira. Que eu era mentirosa, que tinha ouvido mal. Que estava feita com todas as testemunhas - estávamos todos a mentir!

A mãezinha disse que não era com violência que as coisas se resolvem. E eu disse à mãezinha que, infelizmente, a única linguagem que o filho usa com os que o rodeia é essa, a da violência - verbal ou física.

O paizinho nada dizia... só interrompeu para dizer que o médico também dizia que ele era incapaz de controlar as emoções, que era incapaz de se controlar... E eu disse que se o filho deles não se sabe ou não consegue controlar-se teria muitas dificuldades em vingar na vida...

Resumindo:
Eles tiraram de lá o miúdo - para gáudio de todos. O pai pediu-me desculpa, a mãe abraçou o filhinho e saíram todos, bela família feliz. E vão oferecer uma Playstation 3 ao menino.

Moral da História:
Eu sei que não me devia ter passado... sei que devia ter tido a calma e a serenidade para parar e pensar. Mas não tive. Sei que podia ter sofrido consequências muito negativas para o meu futuro por ter dado o estalo ao miúdo e é verdade que com violência nada se resolve... mas no meu tempo também devia haver gente hiperactiva e um estalo nunca fez mal a ninguém. Não se via gente mal formada e mal educada como hoje. Nem pais, nem professores, nem comunidade envolvente deixavam que uma criança ou jovem cometesse actos deste género e saíssem impunes. Quem cometia erros era punido e aprendia a lição.

Hoje em dia os pais remetem o dever de educar os filhos para os professores.
Enchem-nos de presentes e de televisão, alimentam o ódio a todos os que não pensem da mesma forma que eles. Punem e castigam quem tenta educar os filhos e não os actos irreflectidos que estes cometem. Passámos, em menos de duas décadas, do oito ao oitenta, de um tempo em que os miúdos apanhavam arraiais de pancada por tudo e por nada, para os dias de hoje, em que, se for preciso, são os filhos que batem nos pais, nos professores e em qualquer ser que vá contra a sua excelsa vontade.

Nem a propósito!
Sabiam que ontem uma aluna de 14 anos bateu numa professora de Português?
Sabiam que chamaram a mãe da menina à escola e que a senhora voltou a agredir a professora verbal e fisicamente, em frente aos agentes da PSP?

No fim de contas, fiz aquilo que achava certo no momento certo.
E não me arrependo.

Comentários

Anónimo disse…
Olá!
1º- O puto teve o que mercecia! Certo ou errado, mereceu.
2º- No nosso tempo também se levava umas reguadas e muitas vezes sem saber bem porquê. E no entanto, ninguém se queixava do assunto.
3º- Os tempos mudaram e muito, em muito pouco tempo. Hoje em dia tudo parece ser errado, mudam-se de procedimentos ano sim, ano não. O que hoje está certo, amanhã está errado. E não é só na educação. Veja-se a justiça e o policiamento. Parece que compensa ser criminoso. Ai do policia que der um tiro no ladrão, mesmo que seja em flagrante delito!

E ainda bem que tudo acabou em bem para ti.

Beijinho
Rui disse…
Tanta porrada que levava na escola, e tinha vergonha de dizer em casa que tinha levado umas reguadas... Os meus pais quando iam a escola falar com a professora, diziam : "Se ele merecer chege-lhe!"
Eram outros tempos bem melhores que estes que temos actualmente, em que o respeito não fica bem em lado nenhum!

Beijos! :D
Finding Essex disse…
Xiii!!! Vou comentar!!

Eu acho que lhe deste um estalo e muito bem dado, não foi agressão como dantes os professores faziam e sem motivo muitas vezes, mas um STOP no momento certo.

É lamentável que essa criança tenha esses problemas, mas pela amostra anexa, o mal reside no desequílibrio da família. E cá pra mim que não sou expert em nada mas leio umas coisas, é totalmente contraprocedente uma playstation num caso de descontrolo de emoções, porque só potenciará mais agressividade e masi afastamento da família.

Bem, perdoa-me a extensão do comentário, fico contene de ter acabado tudo em bem para ti, e para a Instituição onde trabalhas.

Have a good weekend : )

Kiss.

www.chapiteau.blogs.sapo.pt



P.S. - tens neve a cair no blog...Iakt... Xmas!!
Finding Essex disse…
Outra coisa, os pais nunca mais aprendem que desautorizar os professores à frente dos filhos não é propriamente benéfico para nenhum lado!

See you...
Nandu disse…
Cati...
Como te disse, brinquei, mas, tb como te disse, não sabia que racção teria ( até porque a quente nada soa da mesma forma ).
Mas como tudo tem sempre de ser visto no seu todo e não apenas numa das partes ( estalo ), foste pedagôga...

Beijo
Hélder disse…
O comentário do Rui Branco lembrou-me algo. Tenho uma prima Norte-Americana, que é professora primária (o que lá equivale até ao 8º ano). Ela conta-me que os melhores pais são os portugueses, porque são os únicos que lhe dizem: "Se ele se portar mal, dê-lhe. Ou então diga-me que eu dou-lhe, que a professora é pequenina!"

Odeio que batam em crianças, e passava-me se batessem no meu afilhado ou no irmão (que são duas pestes, diga-se de passagem). Mas com um historial desses as coisas mudam de fugura. Ele tem de aprender a ser um membro da sociedade, e a escola é uma sociedade! Não pode habituar-se a resolver os problemas dele com violência!

Não percebo é o raio da PS3!!
JOY disse…
Olá Cati,

Acabaste por fazer aquilo que eu faria e te disse no post anterior,quando andava na escola primária não era própriamente um menino do coro e ás vezes vinha para casa com um lado da cara mais vermelha do que o outro,ás vezes era a mão,se tivesse a ousadia de contar em casa que tinha levado um estalo da professora levava outro de seguida,dizia a minha mãe que era para eu me portar bem, hoje em dia olho para os meus antigos colegas de escola com quem ainda me cruzo não somos nenhuns traumatizados por causa de uns tabefes que levamos e que fizemos por merecer,tinhamos respeito pelo professor que é coisa que hoje em dia os putos não sabem o que é. Os pais do dito holigan são o exemplo de muitos papás em Portugal que empurram para as costas dos professores aquilo que em casa não fazem.

JOY
BeHappy disse…
Xiii! :O Ahh Mulher de coragem!!

Bem, não sabia que tinha sido assim tão grave. Quando li que lhe tinhas dado um estalo confesso que a minha reacção foi um valente arregalar de olhos e também fiquei com medo da reacção da família e até mesmo da escola. Mas fiquei contente por ter acabado tudo bem para o teu lado.
Não compreendo porque é que o rapaz ainda não tinha sido expulso, mas já nada me surpreende nas escolas portuguesas!

Isto tudo devido à sua educação que, como tu disseste e muito bem, são os pais que esperam que sejam os professores a fazer o seu trabalho.

Parabéns pela tua reacção, que foi de uma valente corajosa e pela tua personalidade!!

Beijinho*
Carlos Lopes disse…
Eu já gostava de ti. Agora ainda gosto mais... Não pelo estalo, é claro. Mas porque resultou para bem de todos... E o puto hoje já nem se deve lembrar.
Unknown disse…
Caty,

Espero que não voltes a ter que lidar com situações deste género...
Tens aqui um desafio... gostava que pudesses participar!

http://mnike31.blogs.sapo.pt/10449.html

Beijinho
Mónica
Joseph 1 disse…
Caty
Olá,

Como vês, e em relação ao meu alongado comentário de ontem, isto está bonito.
Tem que ser assim.
Com bons modos só, a juventude actual não vai lá.

Olha para aquele jovem americano que com 19 anos, cheio de problemas, ninguém o soube orientar e toca de ir a um centro comercial dar tiros à toa, 8 mortos, mais 5 feridos e matou-se também. Disse que "queria morrer com estilo"!!!

Ai a menina de 14 anos!?.....
Cala-te Zé.

2 beijocas beirãs e mais uma beijoca pelo estalo!
Joseph 1 disse…
Cati,
Dorme bem.
Relax.

Já sabes desta blogagem colectiva de uma jovem brasileira? Se puderes alinha:

Conheces a história da Flávia? Não?
http://flaviavivendoemcoma.blogspot.com/
Blogagem colectiva a 17/12
Agradeço a solidariedade.

Beijinhos*****
zé lérias (?) disse…
Não sei até quando você vai permitir que este meu comentário permaneça aqui, considerando que não dei conta de nenhum "comment" anterior contrariando o seu ponto de vista.
Mesmo assim, penso que valerá a pena dizer-lhe que duvido sinceramente de que tenha agido como nos conta e de forma tão desassombrada.
E isto porque você, de certeza absoluta, não iria contrariar os ensinamentos que recebeu no seu curso destinado ao ensino, nomeadamente o que lhe deu umas luzes de pedagogia.
A educação ocupa o espaço de esperança na dinâmica da sociedade. Família, Sociedade e Escola são chamadas a compor uma unidade em prol deste desafio, que requer um rever contínuo de crenças, valores, princípios e ideais ao contrário do que você nos transmitiu. Voltar ao tempo da "estalada" e da reguada é voltar ao tempo da covardia. Ao tempo em que as ditaduras queriam fazer de cada criança um futuro robot telecomandado para usarem de acordo com os interesses das classes possidentes.
Há prestigiadíssimos pedagogos de todos os tempos que deviam ser lidos por todos os pais e professores.
De todos esses reconhecidos pedagogos não haverá nem um que advogue a violência, nem mesmo que mascarada de "uma estaladinha não faz mal a ninguém".
A sua patroa [estranha forma, quase feudal, de tratar quem lhe entrega ao fim do mês mais uns trocos] na situação em apreço, parece ter agido civilizadamente, nunca recorrendo a processos pouco ortodoxos para se livrar dessa criança mal-educada pelos pais. Teria apenas cometido um erro, considerando a sua condição de empresária em nome individual:
O de não ter chamado os pais dessa criança, vítima dos adultos, logo que se apercebeu do seu desajustamento, e lhes participar que a partir desse dia não tinha condições nem "ferramentas" para a manter na aula.
É verdade que os culpados primeiros da educação de uma criança são os pais. Mas diga-me: Quantos pais responsáveis, informados e com algum bom de compra, existem em Portugal?
Talvez muito poucos, atrevo-me a dizer, olhando às condições de vida quase degradantes que, sem se aperceberem, a maioria é obrigada a ter.
Restam o Estado e os Professores a quem devia caber criarem condições, baseadas nas melhores formas de ensino, para educarem as crianças de hoje de modo a que - com mais ou menos dificuldades - venham a ser no futuro pais responsáveis e não os agentes passivos que continuam a suportar a sociedade que hoje temos.
Sem rancor me despeço, desejando-lhe um bom fim-de-semana.
quintarantino disse…
Se prometer não dizer nada a ninguém, eu digo-lhe uma coisa baixinho ao ouvdio: fez muito bem!!!!
Tiago R Cardoso disse…
tem alturas que é impossível nós nos controlarmos, acredito no entanto que se deveria, por parte da escola, ter impedido que tal elemento continua-se na escola, ainda bem que ele foi retirado de lá.
Maria Papoila disse…
Um estalo?
Minha querida, eu fazia muito pior. Agarrava-o pelos colarinhos e dizia-lhe tantas, mas tantas, que o menino ia mesmo precisar de médicos e psicólogos, mas nunca mais se atrevia a fazer uma cena igual! Virava uma fera pior que ele e aí ele saberia o que é meter medo a alguém!
Dani disse…
Cati... Ele há dias que deviam ser noites...

O que é que eu acho? Que deveria haver uma escolinha para os papás que criam monstros alimentados a PS3s... Às vezes, é nesses que me apetece dar um valente par de...

Bem! assunto resolvido e escolinha em paz.

Beijinhus grandes.
Tia Cremilde disse…
querida sobrinha, estou de pé a aplaudir! Valente!

beijoca grande de bom fim de semana
Sophia disse…
Tens um prémio para ir buscar ao meu blogue! E devias ter-lhe dado com mais força! eheh
redjan disse…
cati: entendo que bater não resolve nada mesmo. Mas aquele estalo foi certamente o ele menos errado de toda uma cadeia em que a p... da criancinha é a menos culpada no entanto. Uns Pais que não o saben ser, uma sociedade de engenheiros de juntar água que não sabe como integrar possiveis casos complicados, que aos Professores exige o Mundo e dá o Inferno para trabalhar.

Acredito que me saisse o c....ão do estalo também . No automático e para acalmar a histeria, o que neste caso o transforma em gesto terapêutico !!
Grande gaija! Só foi pena que além do estalo não desses joelhadas sucessivas na fruta, que era para ver se o animalejo não se reproduzia!
José Ceitil disse…
Cati, só quem passa por situações desse tipo pode avaliar a dificuldade e as dúvidas que se colocam quanto "ao que fazer". Eu, em situacões semelhantes com crianças e com adultos a quem não podia bater, digamos que afirmei-me fisicamente...e depois pegando-lhes pelos colarinhos disse-lhes ao ouvido: "Ou tens juízo ou levas um estaladão"
Que me lembre, resultou sempre!
Beijinhos
Mónica disse…
Se queres que te diga, acho que teria reagido exactamente da mesma maneira.

Quando eu tinha a idade deles, eram os meus pais que diziam à professora: "Se for preciso, bata-lhe".

Agora são as próprias criancinhas inofensivas e amorosas que nos dizem, com toda a falta de respeito do mundo: "não me podes bater!".

Ainda um dia destes encontrei a avó de uma aluna que me tem dado imensos problemas este anos e disse-lhe que ela se portava mal e que, por vezes, chegava a ser violenta com os colegas. Resposta da senhora: "Ah, sim, é o costume" e virou-me costas. Com familiares assim, que é que podemos fazer?!

Beijinhos! :)
O Livreiro disse…
Cati
fizeste o correcto e no nosso tempo levavamos chapada que fervia e nem por isso erámos meninos com problemas e tratavamos mal os profes.

Beijo
JOY disse…
Amigo Zé Léria,


Vai-me desculpar a franqueza e acredite que respeito o seu ponto de vista mas desde que que se começou de há uns anos para cá com esse tipo de ideias que aqui veio defender,veja no que se estão a tornar as escolas ,hoje em dia
nas escolas já não há respeito pela figura do professor,são gozados ,agredidos ,achincalhados coisa que há 25 30 anos não acontecia , havia exageros ? claro que havia mas no geral a escola era um complemento da educação que tinhamos em casa ,hoje nem em casa nem na escola, não me parece que a minha geração (Tenho 42 anos)seja uma geração de traumatizados da escola porque apanhamos uns tabefes na escola altura certa.Por isso digo eu teria feito a mesmissima coisa que a Cati fez depois a mãe e o Pai que viessem falar comigo.As ideias que defende do ponto de vista teórico são interessantes no prático tem os resultados que estão á vista de toda a gente.

JOY
AJO disse…
Cati também sou contra a violência, mas o seu acto não tem nada de violento tem de atitude e às vezes é só essa a linguagem que as crianças entendem. Só uma opinião: para a próxima dá no rabo... Há muito que digo que anda tudo trocado e que realmente se passou o 8 para o 80 As crianças no meu tempo, e tenho apenas 32 anos, eram mal educadas, mal criadas quando não se comportavam minimamente. Agora são hiperactivos. Os pais que não gostam da palavra dizem que os filhos têm muita energia... muita actividade... muita vida... Esse miúdo até por ser hiperactivo, agora que também é um grande mal educado, mal-criado... gradne mentiroso disso não tenho dúvida... pobre é dos verdadeiros hiperactivos... Boa semana
Paulinha disse…
Quando li que lhe deste um estalo, pensei que ia acabar mal. Beijo
Anónimo disse…
Olá...
Vim aqui ter por intermédio de um outro blog das minhas leituras e devo confessar que gostei muito de ler este pedaço de vida real, mais ou menos embelezado, que isso agora nem interessa nada...
Sejamos claros, vou a caminho dos 40 e sou do tempo (esta expressão faz-me sorrir) em que, nas escolas (pelo menos nas primárias) a régua era um instrumento de educação. Como é óbvio, não posso concordar com a violência contra crianças, mas não é disso que se trata aqui, nem foi o que aconteceu neste caso. O menino, se assim se pode chamar a tal alimária, não traz de casa nada de bom para a escola, sendo que esta é apenas um depósito para ele, nem educação, nem saber estar, nem convivência, nem nada, depois quer que todos os outros que o rodeiam estejam para o aturar...
Acho que levou um estalo na altura certa e é perfeitamente visivel que os pais que o criam e educam mais não são do que um espelho do que a maior parte de nós, que deixamos os nossos filhos ao deus-dará e não sabemos como educá-los, como motivá-los, como fazê-los viver em sociedade e tudo lhes desculpamos...
Não pode ser, é tempo de arrepiarmos caminho, nós pais, para depois não descarregarmos nos professores as nossas frustações de não os conseguirmos educar, para não arranjarmos bodes expiatórios para as nossas fraquezas. Somos nós o primeiro elo, somos nós que apontamos o caminho, cabe aos professores e por aí fora depois ir amparando, mas somos nós que devemos dar-lhes as bases para que eles saibam, em consciência, distinguir o que é certo e o que é errado...
Confesso, tenho muito boas recordações da minha professora primária, passei pelas mão de dezenas deles mas é o rosto dela que eu me recordo, a professora Maria Adelaide. Ainda a vejo por aí e ainda me fala com o carinho de quem nunca esquece os "seus meninos". Apesar de me ter feito a folha montes de vezes porque eu era assim a modos que cheio de vida, o que na minha terra ainda se chama "enxertado em corno de cabra", e costumava acertar o passo a alguns dos meus colegas. E vice-versa. E se levava uma reguada (ou mais) e chegava a casa e me queixava, ainda levava mais por cima que "é para não seres queixinhas"...
Resumindo, creio que já ocupei demasiado do teu espaço, amo o meu filho, é o meu mundo, mas nunca lhe permitirei que levante a mão para um professor, tenho a certeza que nesse dia vou buscar uma daquelas réguas de madeira como havia nas primárias e lhe dou uma amostra do que era a verdadeira psicologia tradicional. Acrescento que prefiro não chegar a esse ponto e para tal me esforço todos os dias, já consigo até que ele reconheça que está a mentir, mas se apesar dos meus esforços esta situação alguma vez se colocar, acho que ele nunca mais se vai esquecer...
Vício disse…
devias era ter corrido a família toda ao estalo!
Cati disse…
Tugafixe: Obrigada... no "nosso tempo" era mesmo diferente e não me parece que tenhamos sido mal educados... Boa semana!

Rui: Ainda há pais assim... são poucos, mas alguns dizem "se for preciso puxe-lhe as orelhas!!!" Normalmente esses miúdos não precisam de correctivos... porque será? Beijinhos!

Ki: Estás sempre à vontade para comentar extensamente aqui no meu canto! Eu acredito que nestas coisas devemos repreender e castigar na hora, e não mais tarde quando já não faz sentido... e essa questão dos pais desautorizarem os professores... enfim, acho que não há nada a fazer quando a própria ministra da Educação lhes entrega a faca e o queijo... beijocas!

Copo: O estalo não foi dado numa de ser má... foi mesmo dado num impulso. Não admito a ninguém que me mande para aquele sítio e que me agrida. A NINGUÉM!
Beijo grande!

Htsousa: se tivesse filhos ou sobrinhos, obviamente que não gostaria de saber que uma professora lhes tinha dado um estalo por nada... mas como bem referiu, este jovem tem "historial"... e foi uma questão de marcar a minha posição. Se eu tivesse deixado passar, não tardava estava a fazê-lo todos os dias como quem diz bom dia.
Beijinhos!

Joy: Hihi... pela ordem de ideias hoje vigente, nós todos somos uns traumatizados, oh coitadinhos de nós!!! Os pais do jovem em questão andam completamente perdidos. Não sabem o que fazer dele e despejam-no em qualquer lugar só para não estarem com ele. No fundo dá pena...
Beijinhos!
Cati disse…
Behappy: Hihi! Obrigada!
Se precisares de testemunhos para o teu trabalho... dispõe! Beijocas!

Carlos: (",) Obrigada... também gosto de si! Infelizmente tem razão... hoje já não deve passar de uma ténue memória... Beijinho!

Mónica: Espero bem que não! Quanto ao desafio... pode ficar para a semana??
Beijo!

Joseph: Apontaste um caso extremo de desorientação na juventude... e muitos pensarão que isso só acontece na América... mas mais tarde ou mais cedo, com este estado de coisas, vai acabar por acontecer aqui também!
Beijocas pra ti também (sem estalo, claro!)

Zé Lérias: Obviamente que não apago o seu comentário. Os blogues, no meu entender, são um espaço de democracia onde podemos expor os nossos pontos de vista sem censura. Aqui não há censura, desde que não me chamem nomes feios e não me mandem a sítios esquisitos...
Quanto à sua opinião:
1) Os ensinamentos do meu curso não me levam, de facto, a ter uma abordagem nem covarde, nem violenta com os meus alunos. O que aqui está em causa é uma questão de ofensa pessoal que nada tem a ver com os meus métodos de ensino, até porqueo jovem não é meu aluno.
2)Quanto à "minha patroa", foi assim que escolhi chamá-la para manter a sua privacidade. Realmente é um pouco feudal esta nomenclatura, assim como o é continuarem a pagar-me "os trocos" por recibo verde. Ela apenas o aturou à conta dos trocos que os pais lhe pagavam. O negócio está mau e às vezes temos que engolir grandes e gordos sapos... obviamente que ela, como minha superior, estava no direito de me dispensar se assim o entendesse.
3)Aos pedagogos que escrevem livros falta-lhes muitas vezes a experiência. Pesquisa e trabalho de intervenção vão mais além dos estudos de um ou dois meses que eles fazem nas escolas. De boas intenções está o inferno cheio e quem está no terreno é que sabe o que por lá vai.
4)Sou contra a violência. Verbal e física. E, como disse no texto que publiquei, sei que devia ter tido mais calma e ponderação... mas todos nós cometemos erros e este foi um dos muitos que cometo, como qualquer mortal. No entanto, penso que o meu erro é desculpável, vistas as circunstâncias. A minha chapada não foi educativa. Foi uma reacção a uma agressão.
5)Os pais deste jovem foram muitas vezes chamados ao centro, assim como são semanalmente chamados à escola que o filho frequenta. Reagem a tudo com sorrisinhos de benevolência e desculpam-se com a frase "O médico diz que não se consegue controlar..." Como é que o Estado e os professores podem lidar com estas situações??
Obrigada por ter partilhado aqui o seu ponto de vista! É sempre bem vindo: por favor, volte sempre!
Um beijinho!
Cati disse…
Quitarantino: Obrigada...

Tiago: Pois, ainda bem. E foi realmente um descontrolo da minha parte que eu também devia ter evitado... mas pronto, foi um erro que espero não repetir! Beijinho!

Maria Papoila: Welcome back!
Por acaso imaginei a cena que descreveste... e achei linda! LOL
Beijinhos!

Daniela: A paz dos anjos... Quanto à escola para papás... bem observado! Beijinhos!

Tia: Obrigada... não era preciso tanto aplauso, até porque eu não me arrependo mas envergonho-me de me ter baixado ao mau nível do jovem... Beijocas!

Shooting: Com mais força não... que eu sou grande, ele também mas bolas, eu sou maior! Beijoca!

Redjan: Sim red... foi mesmo terapêutico - a palavra certa... You can always find the f...ng word! Beijo!

Rafeiro: LOLOLOLOL Rebolei a rir!

Zé: Os homens normalmente sabem impor-se sem tocar com um dedo - invejo-vos isso! No entanto eu sempre consegui fazer isso sem tocar em ninguém... aqui tratou-se de uma reacção a quente!!! Beijo!

Mo: Quando os putos me vêm com essa conversa do "não podes bater-me!", "não podes fazer nada porque é o meu pai que te paga o ordenado"... AIIII!!! Uma chapada não chega!!!
Beijo!

Livreiro: E se levávamos... Obrigada! Beijo!

Joy: também já respondi ao comentário do Zé Lérias... se quiseres dá uma vista de olhos. Obrigada!

Ajo: Oh pá... no rabo não dá jeito, é que ele é grande e ossudo e além disso estava a empurrar-me...
Obrigada Ajo! Beijo!

Paulinha: Mas não acabou... ufa! Beijo!

Homem de Negro: Obrigada pela opinião e pela visita. Adorei ler esta opinião, muito bem estruturada e fundamentada... onde posso ler mais? Volte sempre e continue a dar o melhor ao seu filho!

Vício: LOL Pois... se calhar! Beijo!
Eu, felizmente, dou aulas a adultos, como voluntária. Eles estão muito interessados, evidentemente muito educados e muito queridos. Não sei se terei a força e a paciência de ensinar a adolescentes !
Agradeço a Deus nunca ter estado nesta situação e a sorte que tenho de poder ensinar por prazer e não por obrigação!
Um beijinho verdinho de esperança que nunca mais tenhas que chegar a este ponto !
Anónimo disse…
Ja la vai o tempo em que os papás diziam pro prof. Se ele merecer chegue-lhe. Hoje ja nao é bem assim. Mas esse filho da mae merecer e bem.
Anónimo disse…
Para mim tudo que está aqui relatado pela Sra. Prof.(que não seria digna deste nome)e da maioria pessoas que participaram é pior que o acto da criança,vitima dos pais professores e da sociedade onde vive.
Não entendo tantas explicações. Para uma cidadã como eu ,tudo isto é simples de entender:Dentro de todas as profissões há os que fazem bem feito(e procurando valorizarem-se )os que fazem por fazer,e os que não gostam do que fazem e que além de mais são exloradores dos que lhes pagam.
Qualquer um de nós somos fruto do trabalho dos nossos pais e dos nossos
prof.,e da média se estes andam abaixo do nivel,somos o que somos.
Para ultrapaçar isto!Temos que ter consciencia da situação--Só muda quem quer.
Nos anos setenta foi editado um livro d Editora Livros Horizonte
entegrada na série Biblioteca da Educação que se chamava: DESENVOLVIMENTO AFECTIVO E CARACTERIAL DA CRIANÇA.Na época havia um livreiro que dizia:-Este livro, deve estar tanto para os professores como para os pais,como a biblia está para os cristãos.
Certamente que se deve poder contar pelos dedos das mãos quanto professores e pais o leram.Num Magistério Primário do distrito de Braga,o mesmo era adotado,certamente que na altura era porque alguém sabia quanto era importante.
Anónimo disse…
Uma boa educação è aquela onde não é usada a repressão,onde a criança ao seu redor sinta verdade,lisura,responsabilidade,commpreenção,emfim
verdadeiros valores,a isto chama-se educar com liberdade e responsabilidade.
Nos dias que correm,nem as professoras sabém ser mães,o que esperamos daquelas pessoas que não tiveram instução?È vergonhosa a sociedade que nos rodeia!Quais são os valores que nos são transmitidos!Tudo cheira a falso.
Pelo seu Blog dá para sentir os seus,se seus alunos o forem visitar pouco ou nada vão colher,o que é pena.
Gostaria que um filho seu fosse criado neste tipo sociedade?è quem trabalha tem que deixar os filhos aos cuidados de alguém!Que seja com
os valores que proliferam por aí,e vai sentir a verdade dos factos.
Tenha-mos a coragem de dizer que o Rei vai Nu!!,modemos os nossos comportamentos para que a sociedade mude.

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